VIVA AS MULHERES AFRO-LATINO-AMERICANAS E CARIBENHAS! VIVA TEREZA DE BENGUELA !!



Na América Latina e no Caribe são cerca de 200 milhões de pessoas que se identificam como afrodescendentes. A verdade é que estes são os que mais são afetados pela pobreza, marginalização e pelo racismo que atingem ainda mais as mulheres negras.

Pensando nestas mulheres é que foi criado o dia 25 de julho como o dia de celebração da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha.



A data foi criada em 25 de julho de 1992, durante o primeiro Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas, em Santo Domingo, República Dominicana, como marco internacional da luta e da resistência da mulher negra. A data ganha ainda mais importância quando lembramos que ela foi criada a partir da auto determinação das mulheres pretas e não com motivos comerciais como a maioria das datas comemorativas. Ele é um dia de luta e celebração de nossa negritude. 

No Brasil, esta data foi sancionada em 2014, por Dilma Roussef. É uma data nacional e foi instituído como o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra.

QUEM FOI TEREZA DE BENGUELA

Tereza de Benguela assumiu o comando do Quilombo do Piolho ou Quariterêda, nos arredores de Vila Bela da Santíssima Trindade, no Mato Grosso no século 18.

A rainha Tereza foi uma líder, comandando a estrutura política, econômica e administrativa do quilombo. Ela organizou um importante sistema de defesa com armas trocadas com os brancos ou resgatadas das vilas próximas. Os objetos de ferro utilizados contra a comunidade negra eram transformados em instrumentos de trabalho, pois eles haviam trazido a técnica da forja do continente africano.

O Quilombo do Quariterê tinha uma estrutura política altamente organizada com parlamento e um conselheiro para a rainha. Economicamente, eles desenvolviam agricultura de algodão e possuíam teares, onde se fabricavam tecidos, que eram comercializados na vila, assim como os alimentos excedentes.

Com tanta estrutura, o Quilombo se tornou um importante ponto de apoio para os escravizados da região e as fugas se tornaram cada vez mais frequentes. Assim, os proprietários das minas, apoiados pelo governador, criaram uma missão para capturar os fugitivos. As comunidades foram destruídas, muitos negros foram mortos, torturados e aprisionados.

Tereza de Benguela foi presa numa emboscada em 1770. Sabe-se que "Morta ela, se lhe cortou a cabeça e se pôs no meio da praça daquele quilombo, em um alto poste, onde ficou para memória e exemplo dos que a vissem”. Alguns quilombolas conseguiram fugir ao ataque e o reconstruíram, entretanto em 1777 o quilombo foi novamente atacado pelo exército, sendo finalmente extinto em 1795.
Diante de tanta falta de representatividade, relembrar Tereza de Bengela é reforçar uma imagem positiva para nós mulheres negras e reconstruir nossa história.


Um viva a Tereza de Beguela
Um viva às mulheres Afro-Latino-Americanas e Caribenhas!




Fontes da pesquisa

CRUZ, Tereza Almeida. Um estudo comparado das relações ambientais de mulheres da floresta do Vale do Guaporé (Brasil) e do Mayombe (Angola) – 1980 – 2010. 2012. 367 f. Tese (Doutorado em História) – Curso de Pós-Graduação em História, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2012.

FARIAS JÚNIOR, Emmanuel de Almeida. Negros do Guaporé: o sistema escravista e as territorialidades específicas. Revista do Centro de Estudos Rurais – UNICAMP, v.5, nº2, setembro de 2011. Disponível em . Acesso em 25 de julho de 2014.