FALA, PRETA! Day Rodrigues, potência atrás das câmeras



Setembro já começa com novos ares. 
A ideia do blog da Central das Divas sempre foi ajudar a ecoar vozes de mulheres negras pelo mundo. 
Neste mês, estreamos um formato de publicação nunca feito aqui: entrevistas. Apesar de já ter trabalhado com entrevistas na TV, nunca tive a oportunidade de publicar uma entrevista aqui no blog. São pequenas entrevistas para a gente se aproximar de mulheres pretas incríveis que vêm brilhando por aí.
É com um carinho enorme, que publico a primeira entrevista no blog com uma querida amiga: Day Rodrigues.
Aqui ela fala um pouco sobre seus trabalhos, história de vida e perspectivas. Mas, é obvio que a entrevista não dá conta de expressar a doçura misturada a força que a Day transmite.


*****************************************************************************************


Day Rodrigues é natural da cidade de Santos/SP. Ela, além de  minha amiga (ISSO É IMPORTANTE :p), é cineasta, é produtora cultural, educadora e escritora e tem traçado uma trajetória que enche a gente de orgulho. Ela é licenciada em filosofia com especialização em Gestão Cultural, pelo Centro de Pesquisa e Formação do SESC, pesquisa feminismo interseccional, cultura popular e as histórias das diásporas negras. Mas, é no audiovisual que a Day tem brilhado mais.

Foto de Leandro Noronha da Fonseca

Em julho de 2017, no XXI Cine PE - Festival Audiovisual (Recife), foi premiada pelo documentário “Mulheres Negras: Projetos de Mundo” (direção de Day Rodrigues e Lucas Ogasawara), nas categorias júri popular e direção.

Hoje, a Day Rodrigues dá um passo importante em sua trajetória: estreia na GNT, o episódio "Racismo e Resistência" da série "Quebrando Tabu, dirigido por ela. No episódio ela entrevista Djamila Ribeiro, Nilma Lino Gomes, Joice Berth, Patricia Hill Collins, Suzane Pereira da Silva, Mafoane Odara e Gilberto Alexandre Sobrinho e um monte de gente porreta para falar sobre meritocracia, direitos, privilégios e outros temas tão importantes para a população negra. 

Para as pessoas negras, a estreia deste episódio é um importante marco. Em um momento de disputa de narrativas, como reflexo de disputa de poder político, econômico e ideológico, ter alguns dos nossos tratando de questões a partir do nosso lugar de falar é emancipador. 

Para deixar a gente com água na boca, dá só uma olhada no teaser do episódio que estreia hoje, dia 03 de setembro, às 23h30.

Nós mulheres negras somos levadas a duvidar do nosso potencial durante todo o tempo. Como é para você ser uma cineasta, considerando a ausência de negros, principalmente de mulheres, na área?

Day - Eu vivo constantemente o desafio e a dúvida de permanecer numa área em que os recursos ou as políticas públicas nada beneficiam as realizadoras negras. 

Primeiro, em minha geração não tivemos a oportunidade de sonhar com tal trajetória artística e profissional. 

Segundo, a estrutura para pensar num material cinematográfico, para circular em salas comerciais, na TV aberta, nos locais sem internet, não acontece normalmente. Fazemos os nossos trabalhos na maior parte do tempo, de forma independente. Isso não deixa de ter o seu valor, porém, se pensarmos na construção de imaginários, a longo prazo, as histórias são contadas por aqueles que do auge de seus privilégios se acham no direito de falar por nós, mulheres negras, nordestinos, entre muitos outros. Daí, também, a construção dos estereótipos, hisperssexualização dos nossos corpos, papéis de subserviência nas dramaturgias e ausência de intelecto, ou seja, ausência de humanidade.
Então, pesquiso, estudo e faço cinema por acreditar na importância da reconstrução da imagem e narrativas antirracistas. E por perceber assim, que a partir do audiovisual, os debates políticos em torno das questões étnico-raciais podem acelerar a auto percepção de toda uma geração. 

Como surgiu a ideia de um projeto tão sensível como o que você realizou em “Mulheres Negras: Projetos de Mundo”? 

Day - O filme "Mulheres Negras: Projetos de Mundo" foi e sempre será o meu processo de cura. Eu sou a filha mais velha de um casal de nordestinos, com algumas histórias trágicas pelas famílias. Ainda assim, vivi muito tempo em bairro de classe média de Santos, logo, só com pessoas brancas, apesar de ter estudado em escolas públicas e morar num prédio, em que a grande maioria era de filhos de portuários (trabalhadores do porto de Santos). Porém, hoje, sei que 

parte das minhas angústias em ser a filha de nordestinos é a xenofobia dos paulistas, depois, somado ao estereótipo que me implicava ser vista como mulata ou morena, destituída de uma origem positiva. 

Assim, mesmo sendo a mulher negra de pele menos preta nunca fui tratada de forma respeitosa na minha cidade, sem autoestima internalizei por muito tempo esses fetiches e pouco via perspectiva e horizonte de futuro. Daí, foi ao entrar em contato com os movimentos sociais em Salvador e também com as feministas negras, pude encontrar um campo de saberes para reconstituir quem sou eu, por uma busca também de reconhecimento coletivo. Daí, o filme... 

O que podemos esperar do episódio "Racismo e Resistência” da série “Quebrando o Tabu”, dirigido por você?

Day - O episódio que vai ar hoje, no canal GNT, chega quase dois anos depois da estreia do filme "Mulheres Negras: Projetos de Mundo", depois de percorrer diversos estados brasileiros com sua exibição. Pois, ao perceber o quanto de demanda havia, o quanto as pessoas se identificavam e reconheciam neste documentário, entendi que a minha pergunta: se já sabemos que os lugares de poder são tomados por homens, brancos, heterossexuais, cisgêneros, classe média e ricos, como pensar a partir das mulheres negras/ feministas o significado de agenciar transformação e mudança social a partir da pirâmide social? Afinal, contrariando os estereótipos e as estatísticas, as cotas raciais, a obrigatoriedade do ensino de cultura afro-brasileira e história da África nas escolas (lei 10639), a formação de mídias independentes e das redes sociais para quem está fora da grande imprensa foram fundamentais para propagarmos quem somos nós, na resistência, pela cura e afeto. 

Foto de Daisy Serena

Então, o meu trabalho frente à direção desse episódio foi de pensar como o racismo estrutura e institucionaliza as desigualdades de direito, oportunidade e fuzila sonhos. Assim, podemos esperar que as pessoas brancas precisam compreender as suas responsabilidades, frente a tal problema central da sociedade brasileira.

Day, quais seu planos como cineasta? O que você sonha fazer?

Eu desejo continuar produzindo cinema e alinhavar isso com um trabalho de formação para jovens, em audiovisual. E gostaria também de ter tempo para escrever mais...

Feliz aniversário Michael Jackson: 6 incríveis capas de ábuns do rei do pop

Nos despedimos do Rei do pop em 2009, mas ele é uma lenda.

Aproveitando que em 29/08/2018 ele faria 60 anos, celebramos aqui na Central das Divas compartilhando algumas das capas de álbuns mais incríveis da carreira do cantor.

1. Thriller


O álbum mais popular de Jackson e o álbum mais vendido do mundo, a capa de Thriller mostra Jackson deitado elegantemente em um terno branco. O álbum foi lançado em 1982 e até hoje tem alguns dos maiores hits de sua carreira.

2. Bad 

Bad foi a colaboração final entre Jackson e o lendário produtor Quincy Jones. O álbum Bad foi indicado a seis premiações no Grammy, tendo vencido duas categorias. Alguns fãs costumam dizer que este álbum não teve o reconhecimento merecido. 

3. Off the wall


Como não morrer de amor com esta capa? Olha o sorriso deste homem!
Este foi o primeiro disco que Michael Jackson lançou com a Epic Records em 1979, com ele o artista ganhou seu primeiro Grammy. 
Uma das canções clássicas deste álbum é Don’t Stop 'Til You Get Enough. Aquele clipe lindo que você pode rever aqui embaixo: 


4. Dangerous


A capa de Dangerous é inesquecível! Ela foi feita por Mark Ryden,muitas vezes considerado "o deus-pai do surrealismo pop". Este foi o oitavo álbum de estúdio de MJ, lançado em 1991. Entre os temas tratados no álbum Dangerous, MJ abordou racismo, pobreza, desigualdade social.
Entre as músicas mais famosas deste álbum, temos Black or White e Remember the time.

5. Got to Be there


Em 1972, Michael Jackson lança seu primeiro álbum solo. Essa capa com o rosto lindinho do rei do pop é lançado pela Motown, uma gravadora muito importante para a música negra mundial. O álbum tem sucessos históricos do cantor como "I Wanna Be Where You Are", e gravações cover de músicas clássicas da época como, "Ain't No Sunshine" de Bill Withers, "Rockin' Robin" de Bobby Day, "You've Got A Friend" de Carole King e "Love Is Here And Now You're Gone" das Supremes.

6. HIStory: Past, Present and Future, Book I


O HiStory foi lançado em 1995 e foi um álbum duplo, com 30 canções. O álbum já vendeu mais de 35 milhões de cópias em todo o mundo, tornando-se o álbum duplo mais vendido de todos os tempos e recebeu seis indicações ao Grammy Award de 1996. Ele foi lançado logo após Jackson ter enfrentado alegações de abuso sexual infantil e atraiu mais controvérsia para o cantor, depois que Jackson enfrentou acusações de anti-semitismo sobre o uso de insultos na música do álbum, They Don't Care About Us. 



25 PALESTRAS IMPERDÍVEIS DE MULHERES NEGRAS NO TEDX

      O TED (sigla de Technology, Entertainment, Design) é uma série de conferências realizadas pelo mundo pela fundação Sapling, dos Estados Unidos, sem fins lucrativos, destinadas à disseminação de ideias – segundo as palavras da própria organização, "ideias que merecem ser disseminadas". Suas apresentações são limitadas a dezoito minutos, e os vídeos são amplamente divulgados na Internet.
       Em março de 2018, tive a oportunidade de ser uma das palestrantes do TEDx, que aconteceu em Campinas. Os organizadores entraram em contato comigo através de indicações e acharam interessante minhas contribuições como pesquisadora aliadas à minha trajetória na militância. Em conjunto, nós pensamos em uma palestra que pudesse questionar o status quo e levasse um pouco da minha trajetória para enriquecer as reflexões. O resultado foi uma palestra que abordou o "mito da meritocracia".
         Optei por questionar o que está por trás da ideologia do "quem quer consegue" que individualiza os sucessos e fracassos em uma sociedade que cria oportunidades desiguais para os diferentes grupos sociais. A partir da perspectiva da meritocracia, uma pessoa não atinge determinados objetivos por não ter se "esforçado" o suficiente. Entretanto, ao analisar os grupos que menos atingem os objetivos que socialmente são encarados como "sucesso", vemos que são os mesmos grupos que enfrentam barreiras como o racismo, machismo, homofobia e outras opressões. Seria coincidência? Acredito que não. Sem dar mais spoilers... o link do vídeo está aqui.
          Durante o processo de preparação da minha palestra, procurei assistir a outras palestras realizadas no TEDx e que dialogassem com meus interesses. Eu vi dezenas de palestras bacanas, por isso resolvi fazer uma coletânea de palestras proferidas por mulheres negras em uma playlist do YouTube. São palestras inspiradoras que me fizeram pensar muito, mas acima de tudo entender como as mulheres negras têm contribuído com um novo paradigma de sociedade. Este é o verdadeiro sentido do que diz a filósofa Angela Davis:

“Quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela”

           Abaixo, você encontra um pouco da descrição de cada palestra e/ou palestrante e aqui você encontra o link da playlist completa. Se você quiser, pode ver cada vídeo em separado clicando no título de cada um.

 VEJA, ESCUTE, LEIA MULHERES NEGRAS



Começo pela minha palestra que foi realizada em Campinas, em março de 2018. Mulher nordestina, negra, candomblecista, feminista e militante.  Mestra e doutora em Educação pela UNICAMP, concluí doutorado sanduíche na Universidade de Tecnologia de Braunschweig, Alemanha. Em 2015, estive na lista das 25 mulheres negras mais influentes da internet no Brasil. 



Pesquiso sobre educação e ciência - a partir de uma perspectiva marxista, feminismo negro e estética. Também atuo como professora e afro-empreendedora através da Central das Divas.



Nataly fala da expectativa que envolve a menina negra em se tornar a "mulata", que seria uma preta mais "aceita socialmente"
Nátaly é estudante de Ciências Sociais na Unifesp, em São Paulo, tem interesses como moda e beleza. Seu canal no Youtube (Afros e Afins) é incrível e aborda diversos temas de interesse das mulheres, em geral, e em especifico das mulheres negras.



Essa palestra é incrível! Primeiro porque a Monique tem um jeito muito didático de falar e segundo porque acho que ela dialoga muito com o mito da meritocracia. 
Monique é uma das vozes do feminismo negro no Brasil e fala da veia empreendedora nas mulheres negras. Ela é formada Bacharelado Interdisciplinar em Humanidades com ênfase em Política e Gestão da Cultura pela Universidade Federal da Bahia, já foi capa da Revista Época, Repórter do Profissão Repórter, é Fundadora da Desabafo Social.



Essa é uma das palestras proferidas no TEDx mais assistidas em todo o mundo. Não é por pouco. A Chimamanda é uma escritora nigeriana que já ganhou prêmios no mundo inteiro por suas obras e tem seus livros traduzidos em 31 idiomas. Tudo isso, até os 40 anos de idade! 
Essa palestra é cheia de humor, mas ao mesmo tempo muito profunda e cheia de reflexões importantes. 


Outra excelente palestra da Chimamanda. Com mais de 3 milhões de visualizações, a autora chama atenção sobre a necessidade de compreender o mundo a partir de suas diversas variáveis, afinal nossas vidas, nossas culturas são compostas de muitas histórias sobrepostas.



Kimberlé W. Crenshaw é uma norte americana defensora dos direitos civis e uma dos principais intelectuais da teoria crítica da raça. Ela é professora em tempo integral na Faculdade de Direito da UCLA (Universidade da Califórnia) e na Columbia Law School. Crenshaw é conhecida pela introdução e desenvolvimento da teoria interseccional, que é o estudo de como identidades sociais sobrepostas ou interseccionadas, particularmente identidades minoritárias, se relacionam com sistemas e estruturas de opressão, dominação ou discriminação. No #julhodaspretas, em 2017, já escrevi um pouco sobre a Crenshaw aqui no blog. Você pode ler o texto completo neste link.
Nesta palestra, Kimberlé Crenshaw resgata a história de vítimas do racismo para falar sobre a importância da interseccionalidade. Esta é uma das três melhores palestras que já vi sendo proferidas no TEDx. 


Djamila é mestra em Filosofia Política pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), já atuou como secretária-adjunta da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo. Ela também é colunista da revista Carta Capital e publicou os livros "O que é lugar de fala" e "Quem tem medo do feminismo negro".
Ouvir a Djamila falar é sempre ótimo. Ela tem objetividade sem tratar os temas de forma superficial. Dá sempre vontade de ouvir mais e mais.


Kenia Maria é atriz, roteirista e empresária. Kenia foi nomeada pela ONU Defensora dos Direitos das Mulheres Negras, em 2017. No YouTube, ela arrasa, desde 2013, com a filha Gabriela Dias, o marido Érico Brás, o filho Mateus Dias com o canal de Youtube. No vídeo, ela fala sobre as motivações que as levaram a criar o canal trazendo importantes reflexões sobre questões raciais.

Karina Vieira é formada em Comunicação Social e pós-graduada em Gestão de Políticas Sociais pela Universidade Castelo Branco. Ela também atua como Consultora de Comunicação do Baobá – Fundo pela Equidade Racial e Diretora de Comunicação da AUR. 



No vídeo, Karina explana sobre a formação das identidades e o que envolve este processo.  Ela apresenta exemplos de mulheres e situações que estão contribuindo para a formação positiva desta identidade. Ela também reforça a importância da atuação coletiva. Tudo com aquele carisma incrível da Karina.


Apontada pela Forbes como um dos destaques brasileiros abaixo de 30 anos, Lisiane Lemos é co-fundadora da Rede de Profissionais Negros, coletivo que busca desconstruir barreiras entre profissionais negros e empresas por meio de políticas de diversidade e movimentos sociais. Lisiane fala sobre a descontruconstrução de estereótipos em seu trajeto. 


Carla Fernandes é angolana radicada em Lisboa. Formou-se em tradução das línguas inglesa e alemã. Em 2014, Carla criou o audioblogue Rádio AfroLis onde afrodescendentes que vivem em Lisboa partilham as suas estórias e falam sobre a sua visão pessoal da cidade.
A contribuição mais incrível de sua palestra é fazer a gente pensar sobre o que tem sido chamado "lugar de fala". Os diferentes lugares sociais são demarcadores dos posicionamento de mundo.


Karine de Souza é natural de Barra Mansa/RJ e é a criadora da Negrita Modas. Faz ativismo através da moda e da arte. No vídeo, ela fala sobre a (re)descoberta da identidade negra e como esse processo, em constante movimento, leva ao empoderamento não apenas seu mas de negros e negras que a rodeiam.


Marta Celestino é diretora de Marketing e Novos Negócios na Ebony English, gestora em educação e documentarista. Idealizadora do projeto Diaspora Connections, que visa reconectar a comunidade negra global num movimento de troca de experiências, celebração de conquistas e resgate cultural. 
Nesta palestra, Marta fala sobre coletividade e os aprendizados da ancestralidade.


Presidente do Instituto Das Pretas.Org, ativista social e blogueira. Priscila é uma das grandes referências do Espírito Santo quando o assunto é valorização da estética, autoestima, empreendedorismo e consumo negro. O Instituto que comanda já promoveu diversas ações, de maneira autônoma e independente, que ajudaram a espalhar a importância do empoderamento afrocentrado no coletivo.

15. Uma jornada na busca por identidade e propósito | Juliana Luna | TEDxUERJ

Juliana Luna é editora de estilo da Revista AzMina, estrategista de comunicação, articuladora urbana, artista, atriz e embaixadora cultural. Neste vídeo ela fala um pouco sobre a reconstrução de sua identidade como mulher negra. Através do depoimento dela, a gente descobre um monte de pequenas coisas sobre nós mesmas.


"Você entende porque ser negra é um problema?" foi a frase que ela ouviu ao tentar seguir a carreira de modelo. Neste vídeo, Luana fala sobre como começou a compreender o racismo a partir de sua experiência como modelo. Atualmente, ela é diretora executiva do ID_BR - Instituto Identidades do Brasil.


Alexandra Loras é ex-consulesa francesa. Ela é graduada com Mestrado em Gestão de Mídia pela escola de Ciências Políticas da França (IEP Paris), consultora e palestrante. Neste vídeo ela fala sobre a construção de estereótipos e seu papel na síndrome do impostor. Particularmente, tenho divergências com Loras - como ela afirmar que existe racismo reverso, por exemplo , mas acho essa palestra muito interessante para pensarmos no racismo como um fenômeno que atinge negros e negras nas diversas classes sociais e países. 



Adriana Barbosa é presidente do Instituto Feira Preta, formada em gestão de eventos, com especialização em gestão cultural pelo Centro de Estudos Latino-Americanos sobre Cultura e Comunicação (CELACC) da ECA – USP. Neste vídeo, com uma voz incrivelmente doce, ela fala sobre o empoderamento das mulheres negras a partir de histórias de vida de mulheres negras. 


Rosa Luz é cineasta, fotógrafa, poeta, rapper e trançadeira. Como uma mulher negra, trans, e periférica, ela é também ativista e através da arte luta contra todas as formas de opressão. Neste vídeo, com apenas 6 minutos, ela consegue falar sobre sua história de vida que se entrecruza com a história de muitas de nós. 

20. Eu Empregada Doméstica | Preta Rara | TEDxSaoPaulo

Preta Rara é graduada em história, rapper, poeta, cineasta, cantora, DJ... UFA! 
Neste vídeo, ela fala sobre sua experiência a frente da fan page Eu Empregada Doméstica. Eu já assisti a este vídeo tantas vezes que sei quase de cor! Acho a Preta super talentosa e carismática. Essa palestra é extremamente tocante e vale a pena cada minuto dele.



"O nosso legado, não é a escravidão. O nosso legado, passado de geração para geração, é o sonho da liberdade. E a gente vai mudar o mundo"
Amo este vídeo! A Didi Couto tem uma potência incrível. Ela é jornalista na TV Cultura e é uma figura que eu tive como uma referência importante quando apresentei um programa de TV. Nesta palestra, ela fala justamente sobre a representatividade. 




A Taís dispensa apresentações. Neste vídeo, ela fala sobre algo que as mães negras convivem: o medo de criar seus filhos em uma sociedade racista. O vídeo é muito bacana porque nos traz a dimensão de que o racismo afeta negros e negras independente da classe social. 



Stephanie é arquiteta, ativista feminista negra e colunista da Revista Marie Claire. Neste vídeo, ela se emociona ao falar sobre o papel de cura que a escrita teve em sua vida. Através da escrita ela se conecta com mulheres negras e com sua subjetividade. 

24. Desafiando diversas formas de opressão | Maíra Azevedo | TEDxRioVermelho

Maíra é a jornalista baiana, conhecida como Tia Má. Amo essa palestra! Além de amar a Maíra, como uma excelente comunicadora, como uma "brother" que me enche de orgulho, amo essa palestra porque ela também fala sobre meritocracia. Durante este vídeo, eu me emociono diversas vezes. A Maíra fala sobre nossas dores de forma muito certeira e por isso nos dá muita força.


Yasmin Thayná é cineasta e fez o maior barulho com seu filme "Kbela. Um filme sobre Ser mulher e tornar-se negra”. Na palestra ela fala sobre a experiência de fazer o filme com tão pouco dinheiro e a partir de uma narrativa marginalizada. Também lançou a plataforma Afroflix que é é uma plataforma que disponibiliza conteúdos audiovisuais online com uma condição: aqui no AFROFLIX você encontra produções que possuem pelo menos uma área de atuação técnica/artística assinada por uma pessoa negra. 

BÔNUS
Abaixo, ainda trago duas palestras que gosto muito. Ambas são em inglês e não contam com legenda em português. Mas, vale a pena tentar treinar o inglês porque são palestras muito legais!


Melz é recém-formada em Filosofia e Política pela Universidade de Leeds (uma das maiores universidades do Reino Unido). Ela é a pioneira da campanha "Por que meu currículo é branco?", no campus. Melissa também é uma artista, mais especialmente uma rapper. Para quem curte o debate sobre a educação como uma forma de resistência e combate à opressão, essa palestra é imperdível.



Brittany Jonee é uma jovem bahamense que vem sendo destaque nas artes e ciências no seu país, despontando como uma líder valiosa no campus. Além disso, Brittany é uma talentosa violonista. Nesta palestra, ela fala sobre como o violento processo de colonização determinou a vida nas Bahamas, apagando línguas, práticas e valores culturais ancestrais. 


...................................................................................................................

Termino minha lista por aqui, ou não termino nunca mais porque há muito material incrível produzido por mulheres negras na internet!
Tenho certeza que você também tem uma palestra incrível que não está nesta lista e que você gostaria de indicar. 

Comente aqui no blog aquela palestra que você acha imperdível!

THE CARTERS E APESHIT: AS MENSAGENS DIGNAS DE FECHAR O LOUVRE



Um dos assuntos da semana é o lançamento do novo disco de Beyoncé, no dia 16/06. Desta vez, ela lança um disco em parceria com seu companheiro, desde 2002, o rapper Jay-Z. Para o lançamento do álbum o casal se intitula "The Carters", que é o sobrenome de Jay-Z. Além do álbum, eles também divulgaram o clipe da música Apeshit, gravado apenas no Museu do Louvre, em Paris.


O clipe é uma sequência de beleza protagonizada não apenas pelos Carters, mas também por algumas obras de arte, um mundo de dançarinos e figurinos de tirar o fôlego. Mas, é muito mais que isso. É um tapa na cara nos padrões eurocêntricos de arte. A ideia do clipe, ao levar a música negra para o Museu mais famoso do mundo, é questionar a ausência da arte produzida por negros em premiações e exibições de arte. O recado fica bem explícito quando Jay-Z diz ao Superbowl e o Grammy que não precisa deles. É sempre bom lembrar que a Beyoncé é a mulher mais premiada no Grammy, MAS apenas 2 dos seus 20 prêmios foram em categorias gerais, aquelas não ligadas ao Hip Hop e ao R&B. Ou seja, a arte negra só é valorizada como arte negra, não como arte universal. Para completar o close, os Carters se colocam a frente da obra Monalisa, de Leonardo da Vinci para mostrar que estão no mesmo nível de importância do quadro. O Spartakus Santiago fez um vídeo incrível falando sobre o clipe. Vale a pena conferir, neste link.


Esta não é a primeira vez que Bey lança um álbum de surpresa. Em 2013, o álbum Beyoncé e em 2016, Lemonade, foram lançados da mesma forma. Lemonade foi um sucesso que até hoje a gente ainda não se recuperou. O álbum lançado esta semana é intitulado Everything is Love, tem 9 faixas e está disponível no TIDAL, plataforma stream  de Jay-Z. 

Como todo trabalho de Beyoncé, principalmente a partir de Lemonade (2016) a polêmica já está lançada. O debate sobre o tipo de poder para os negros que a cantora defende é sempre controverso. No clipe, por exemplo, o casal usa algumas das maiores grifes do mundo no figurino: Burberry, Versace, Peter Pilotto. Em Lemonade (2016) ela foi bastante criticada por "cultuar" o uso de marcas de alta costura como referência de poder. Ao mesmo tempo, Bey nunca se vendeu como alguém que milita questionando o poder econômico. Assim como qualquer pessoa branca, ela tem o direito de usar seu dinheiro como símbolo de poder. Mas, diferente de Beyoncé, os artistas brancos não são cobrados. É como se todos os atos de todas as pessoas pretas tivessem que passar pelo crivo de racistas que só caçam posicionamento politico quando é uma pessoa negra que se posiciona publicamente. 


Polêmicas a parte, o que a gente espera é que Everything is Love seja tão incrível quanto Lemonade, afinal é uma obra digna de fechar o Louvre, né, meu amor!?

PARA ALÉM DA TRANSIÇÃO CAPILAR: 30 INSPIRAÇÕES DE CABELOS CRESPOS E CURTOS (PARTE II)


Ano novo e mil promessas. A mulherada preta, em busca de uma qualidade de vida melhor e um cabelo livre de alisamentos, também promete passar pela transição capilar e adotar seu crespo natural.

Mas, o que precisamos saber é que a transição capilar não precisa ser um sofrimento. Ao contrário: deve ser um momento de redescoberta e auto amor. A gente sabe que é difícil, mas é possível. A primeira coisa é desconstruir o padrão de beleza ligado ao cabelão. É possível ser linda e feminina com cabelinho curtinho, sim! Por isso, vamos começar 2018 com uma postagem cheia de amor e inspiração com 30 cortes de cabelos crespos e curtos. É o segundo post deste tipo aqui no blog. Se você não viu o primeiro, entre neste link.

Ame-se
Inspire-se