No quinto dia do #julhodaspretas, vamos falar de um dos maiores nomes do jazz: Nina Simone (1933-2003). Ela foi uma pianista, cantora e compositora norte-americana, além ter sido fortemente comprometida com o ativismo pelos direitos civis dos negros do seu país.
Eunice Kathleen Waymon, que usou como nome artístico Nina Simone nasceu em Tryon, Carolina do Norte, Estados Unidos. Nina veio do espanhol ‘niña’ e Simone foi uma homenagem à Simone Signoret, grande atriz do cinema francês, a sua preferida. O nome artístico foi adotado aos 20 anos, para que escondida de seus pais, que eram pastores metodistas, pudesse, nos cabarés, cantar blues, a 'música do diabo'. Com origem humilde, Nina Simone teve seu talento descoberto ainda na infância, na igreja.
Aos 6 anos, começou a estudar piano. Com dez anos fez seu primeiro recital de piano na biblioteca da cidade. Nesta apresentação, houve um importante episódio que marcou sua vida: seus pais foram retirados da primeira fila para dar lugar a pessoas brancas. O compromisso com a luta com a luta pelos direitos civis dos negros não foi uma opção já que os episódios de racismo marcaram sua carreira como, por exemplo, a rejeição Curtis Institute por motivos raciais.
Na década de 1950, Nina estudou piano clássico e em 1957, assinou seu primeiro contrato com a Bethlehem Records. “Don’t Let Me Be Misunderstood”, “My Baby Just Carier For Me” e “I Love You Porgy”são deste período.
Na década de 1960, Nina grava o álbum “Nina Simone in Concert”, quando, pela primeira vez, se referiu à desigualdade social que imperava no seu país, com a canção “Mississippi Goddamn”. Esta música foi tida como um hino político e suas letras cheias de raiva e desespero contrastavam com o conhecido repertório da artista e deixavam claro o objetivo de Simone de usar sua música como mais um instrumento em favor dos direitos civis. A partir de então, sua mensagem sobre os direitos civis passou a ser constante em seu repertório. Em 1965, gravou a canção “Strange Fruit”, de Billie Holiday, uma canção sobre o linchamento de homens negros no sul. Falamos sobre a Billie Holliday neste post.
No vídeo abaixo, vemos uma apresentação de Nina Simone de“Mississippi Goddamn” em 1965. Emocionante como sempre!
A morte de Martin Luther King, em 1968, abalou profundamente a cantora. No fim da década de 1960, Nina Simone se vê obrigada a deixar os Estados Unidos devido ao racismo. A opção por tratar das questões raciais em sua música fizeram com que ela fosse negligenciada e boicotada.
Nina entendia a importância de sua atuação política e sofreu por isso. Merece todas as nossas homenagens.
“É uma obrigação artística refletir o meu tempo.”
Nina Simone faleceu em Carry-le-Rouet, França, no dia 21 de abril de 2003.
Viva Nina Simone!
Viva as Mulheres Negras!
No mês de julho vamos celebrar, conhecer, homenagear 31 mulheres no mês de julho! Sabemos que ainda é pouco, mas será um prazer rever a vida de algumas das nossas inspirações! Billie Holliday, Carolina Maria de Jesus, Elza Soares, Ella Fitzgerald, Chimamanda Ngozi Adichie, Sueli Carneiro, Taiye Selasi, Luiza Bairros... São tantas pretas maravilhosas que iremos homenagear! Não perca!!
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