Nossa homenageada do oitavo dia do #julhodaspretas, nasceu como Aparecida Sueli Carneiro Jacoel. Ela é conhecida como Sueli Carneiro, em São Paulo. Sueli se consolidou como filósofa, escritora e ativista antirracismo do movimento social negro brasileiro. Sueli Carneiro é fundadora e atual diretora do Geledés — Instituto da Mulher Negra e considerada uma das principais autoras do feminismo negro no Brasil. Possui doutorado em filosofia pela Universidade de São Paulo (USP).
Em 1988, Sueli Carneiro fundou o Geledés — Instituto da Mulher Negra, primeira organização negra e feminista independente de São Paulo. Meses depois, foi convidada para integrar o Conselho Nacional da Condição Feminina, em Brasília.
O único programa brasileiro de orientação na área de saúde específico para mulheres negras também foi criado por Sueli Carneiro. Neste programa, são atendidos, semanalmente, mais de trinta mulheres por psicólogos e assistentes sociais, participando de palestras sobre sexualidade, contracepção, saúde física e mental na sede do Geledés.
A atuação de Sulei colaborou de maneira decisiva para o estabelecimento de uma ponte entre as questões femininas e étnicas. E, como resultado de uma iniciativa do Geledés, em 1990, pela primeira vez no país, o Sistema Unificado de Saúde, SUS, do município de São Paulo passou a registrar em 1990 o quesito cor nas fichas de entrada do paciente.
Convidada pelo governo federal, através do Ministério da Justiça, Sueli colaborou, em 1996, para a redação do capítulo referente aos negros no Programa Nacional de Direitos Humanos, lançado em 1996. Um ano antes, 1995, já havia contribuindo para a elaboração das metas do Grupo de Trabalho Interministerial que determinou políticas para a valorização da população negra no país.
Um importante reconhecimento a seu trabalho ocorreu em 2003, quando recebeu o Diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz, instituído pela Mesa do Senado Federal em 2001, como homenagem as mulheres brasileiras que tenham se destacado na defesa dos direitos femininos e em questões de gênero.
Sueli, que também é uma das fundadoras da Articulação de Mulheres negras Brasileiras, é hoje uma referência nacional quando se pensa a questão do feminismo e do racismo no país.
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