Luíza Mahin: uma guerreira africana na Bahia (02/31)


Luíza Mahin foi uma combatente contra o regime de escravidão no Brasil. Mulher negra, escravizada, provavelmente nascida na Costa da Mina, na África, membra do povo Mahi, de onde vem seu sobrenome, Luísa Mahin comprou sua alforria em 1812 e viveu na Bahia.

Como mulher livre, ela se tornou quituteira em Salvador. Ela teve um filho, o poeta e abolicionista Luís Gama, que foi o principal responsável pelo registro de sua existência. Luis Gama,  que a descreveu como uma mulher baixa, magra, bonita, de dentes "alvíssimos, como a neve", altiva, generosa, sofrida e vingativa. O texto em que Luiz Gama contou a história de sua vida encontra-se em uma carta, escrita em 1880, endereçada ao amigo Lúcio de Mendonça. A carta permaneceu por décadas nos arquivos pessoais de Lúcio de Mendonça. Entretanto, o próprio Mendonça narrou a história em artigo publicado ainda no ano de 1880.


Luísa esteve envolvida na articulação de todas as revoltas e levantes de escravos que sacudiram a então Província da Bahia nas primeiras décadas do século XIX. De seu tabuleiro, eram distribuídas as mensagens em árabe, através dos meninos que pretensamente com ela adquiriam quitutes. Desse modo, esteve envolvida na Revolta dos Malês(1835) e na Sabinada (1837-1838).

Diante de tanta movimentação política, Luiza foi intensamente perseguida. Possivelmente, seguiu para o Rio de Janeiro, sendo detida e deportada para Angola. Entretanto, há versões que admitem a possibilidade de Luiza ter conseguido fugir para o Maranhão, onde, com sua influência, tenha sido desenvolvido o tambor de crioula.

Resgatar a história de Luiza Mahin é uma forma de mostrar a importância que as mulheres negras tiveram na libertação dos escravizados e na história do povo brasileiro.  Uma história de luta que o machismo e o racismo buscam apagar, mas que encontra nossa resistência pela frente.

Viva Luiza Mahin!
Viva as mulheres negras!


No mês de julho vamos celebrar, conhecer, homenagear 31 mulheres no mês de julho! Sabemos que ainda é pouco, mas será um prazer rever a vida de algumas das nossas inspirações! Billie Holliday, Carolina Maria de Jesus, Elza Soares, Ella Fitzgerald, Chimamanda Ngozi Adichie, Sueli Carneiro, Taiye Selasi, Luiza Bairros... São tantas pretas maravilhosas que iremos homenagear! Não perca!!




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