Ubuntu: somos muitas, somos únicas! Viva a mulher negra latino americano caribenha!

Depois de quase 30 dias lendo e contando a história de mulheres negras nas Américas, consigo entender os motivos que levam à invisibilidade destas mulheres: a necessidade de perpetuar as estruturas racistas.

Se cada criança negra pudesse sentir cada sentimento que nos toma quando reconstruímos a história de mulheres negras, certamente nosso poder seria ainda maior. Se apropriar da história de quem nos precedeu nos enche de coragem, eleva auto estima porque é como se apropriar da sua história também. Vemos que nosso povo é lutador e que temos muita luta para honrar. Podemos ser filósofas, bailarinas, poetas, advogadas, líderes de partidos, professoras e o que mais nossa luta conseguir alcançar. Apesar da diversidade entre as mulheres pretas a gente sabe que a história de cada uma delas é também a história de todas nós, porque o povo negro construiu sua existência coletivamente.


Me surpreendi com detalhes importantes da vida de cada uma dessas pretas. Foi revelador e fortalecedor saber um pouco mais das mulheres que me antecederam. 

No dia 25, resolvi que gostaria de falar sobre meus sentimentos ao celebrar cada uma destas mulheres. Foram sentimentos que me tomaram e que, muitas vezes,eu não consegui expressar no texto, mas que fica aqui mais uma vez a tentativa de humanizar e tornar públicas estas histórias. 

Quem não acompanhou as postagens, seguem alguns links.
  • Foi dolorido descobrir que Billy Holliday teve sua vida arrasada por diversos homens;
  • Foi empoderador descobrir que Rita Ribera foi a primeira mulher a votar nas Américas;
  • Foi encorajador saber em que condições Sojouner Truth fez o famoso discurso "E eu não sou uma mulher?";
  • Foi transformador saber que Lélia Gonzalez era uma acadêmica mas nunca saiu das trincheiras de luta dos movimentos sociais;
  • Foi fortalecedor saber a história por trás da famosa foto de Gloria Richardson;
  • Foi emocionante saber que alguns dos bairros mais populosos de Salvador nasceram de um Quilombo liderado por Zeferina;
  • Foi emocionante lembrar da coragem de Assata Shakur, que fugiu ainda ferida para manter-se em luta.
  • Foi triste lembrar que estamos há um ano sem Luiza Bairros
  • Foi surpreendente conhecer a importância de Claudia Jones na luta contra o capitalismo. É incrível como sua contribuição é invisibilizada neste debate.
  • Foi encantador ver a leveza que Gloria Rolando consegue retratar as mulheres cubanas
  • Foi revoltante saber que o machismo deturpou a luta e potência de Elza Soares
  • Foi fascinante entender a complexidade do pensamento de Kimberlé Crenshaw e da teoria da interseccionalidade.


Cada uma delas fez com que eu me orgulhasse de poder falar como mulher negra e reconstruísse o trajeto que me trouxe até aqui. Falar sobre elas é mostrar que as mulheres negras têm rosto, têm história e deram uma importante e fundamental contribuição na luta, assumindo o papel de vanguarda na transformação da sociedade.

Nos próximos dias ainda teremos mais histórias para celebrar. 
Hoje, aproveite para abraçar aquela preta que te inspira e dizer que ela faz diferença na sua vida!

VIVA A MULHER NEGRA LATINO AMERICANA


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