Thereza Santos: a força da teatróloga, atriz, professora, filósofa, carnavalesca e militante (09/31)

Nossa homenageada no nono dia do #julhodaspretas nasceu como Jaci dos Santos, mas escolheu o nome artístico de Thereza Santos. A teatróloga, atriz, professora, filósofa, carnavalesca foi uma importante militante pelas causas dos povos africanos da diáspora e dos afro-brasileiros.


Nascida em 1938, Thereza Santos conheceu cedo a discriminação racial e firmou compromisso com a militância em sua participação na Juventude Comunista. Em episódios como os que conhecemos até hoje, cada vez que Thereza propunha abordagem da questão racial, sempre recebia a resposta dos integrantes de que a questão era social e não racial. Então, ela ingressa o Partido Comunista, do Núcleo do Centro Popular de Cultura (CPC), que possuía visão semelhante à da Juventude Comunista em relação às questões raciais.

Quando estudava na Faculdade Nacional de Filosofia (atual UFRJ), tornou-se integrante da União Nacional dos Estudantes (UNE).  Começou a fazer teatro de rua, com perspectiva no engajamento político. Na década de 1960, participa do Movimento pela Libertação dos Povos Africanos de Expressão Portuguesa. Chegou a ser presa por sua relação com o PCB na década de 1970. Ao ganhar liberdade, Thereza deixou o Brasil e optou por morar no continente africano, durante aproximadamente cinco anos, onde trabalhou como educadora, contribuindo para a reconstrução cultural de Angola, Cabo Verde e Guiné-Bissau.

Thereza integrou o Teatro Experimental do Negro (TEN), do Rio e depois de São Paulo. No final da década de 1960, participou como cofundadora do Centro de Cultura e Arte Negra (Cecan). Na década de 1970, durante a ditadura militar, juntamente com o sociólogo Eduardo de Oliveira, escreveu e encenou a peça E agora falamos nós, iniciativa esta considerada uma das primeiras peças teatrais para um grupo exclusivamente formado por negros e negras. Cabe salientar que este foi um dos principais trabalhos da carreira de Thereza como atriz.
Na década de 1980, foi a primeira negra a ser nomeada para o Conselho Estadual da Condição Feminina de São Paulo. Foi assessora de Cultura Afro-Brasileira da Secretaria de Estado da Cultura do Estado de São Paulo entre 1986-2002.

Em 1986 foi indicada pelo Coletivo de Mulheres Negras de São Paulo a concorrer ao cargo de deputada estadual pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). Porém, não foi eleita. Por indicação do vereador Vital Nolasco, do Partido Comunista do Brasil (PC do B), recebeu, em setembro de 1993, o título de Cidadã Paulistana.

Thereza, ativista e estudiosa dos temas raciais e de gênero, é autora de diversos artigos sobre cultura e a mulher negra. Em 2008, publicou o livro Malunga Thereza Santos: a história de vida de uma guerreira, onde apresenta aspectos da história de sua vida. A família numerosa, a infância, a militância. Thereza militou no Movimento Negro por mais de 50 anos, e sua trajetória de luta não deixa dúvidas de que é um dos nomes mais importantes e influentes no Movimento Negro Brasileiro.

Thereza faleceu em 19 de dezembro de 2012. Lutava contra um câncer de bexiga e insuficiência renal crônica.



Viva Thereza Santos!
Viva as mulheres negras!


No mês de julho vamos celebrar, conhecer, homenagear 31 mulheres no mês de julho! Sabemos que ainda é pouco, mas será um prazer rever a vida de algumas das nossas inspirações! Billie Holliday, Carolina Maria de Jesus, Elza Soares, Ella Fitzgerald, Chimamanda Ngozi Adichie, Sueli Carneiro, Taiye Selasi, Luiza Bairros... São tantas pretas maravilhosas que iremos homenagear! Não perca!!



Informações de: http://www.mulher500.org.br/acervo/biografia-detalhes.asp?cod=859



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